Hipocrisia e duplicidade do TCDSB, como o Tartufo de Moliére

TORONTO – Sempre que participo (virtual ou pessoalmente) das reuniões do Conselho Escolar Católico do Distrito de Toronto, imagino-me na plateia de um teatro para assistir a apresentação da obra cômica de Moliére, Tartufo.

Não é um elogio.

O que quer dizer: é muito difícil levar essas pessoas a sério.

Tartufo, o personagem e a obra, tornaram-se sinônimos de hipocrisia, duplicidade, de falsa piedade e traição.

Estes são termos que correspondem ao abnegado juramento quanto às obrigações e objetivos da organização.

Estas são as pessoas a quem confiamos os nossos filhos e o nosso futuro.

O objeto da comparação com Tartufo deve preocupar.

O TCDSB, no mínimo, deve ser qualificado como uma organização disfuncional, conforme definiu o seu próprio presidente Joe Martino.

O diretor (CEO responsável pela execução das operações da empresa com um orçamento geral superior a $1,2 bilião por ano) tem muitas responsabilidades.

Escolas católicas, separadas, existem por uma razão específica.

Eu sei disso através da Declaração de Missão do TCDSB e na verdade todos os conselhos escolares católicos dizem o mesmo. Além disso, gastei alguns recursos para me familiarizar com as questões constitucionais e de jurisprudência.

Em suma, goste-se ou não, as escolas católicas existem, em parte, para ensinar e promover a doutrina e valores católicos nas suas escolas.

Os membros (staff) não podem alterar essa obrigação. Não é um mandato que os conselheiros/delegados possam alterar.

Nem o são a Carta dos Direitos ou o Código dos Direitos Humanos – ambos se referem aos Direitos Denominacionais Católicos.

O direito constitucional a escolas separadas (católicas) no Ontário, aplica-se apenas a pais católicos eleitores (para a escola) ou para aqueles que, mediante solicitação especial, têm a oportunidade de frequentar escolas reservadas para católicos.

Quem decide o que constitui o catolicismo é prerrogativa do Magistério (o representante papal).

No caso do TCDSB, isso significa o Cardeal.

Mesmo que ele permaneça em silêncio (para ser justo, no Outono passado, ele deixou bem claro as suas expectativas mas vários conselheiros e funcionários de forma irreverente o ignoraram).

Os pais não cederam os seus direitos na Constituição, na Lei de Educação, na Carta ou no Código de Direitos Humanos para o Diretor Browne ou Superintendente Caccamo ou o seu comitê de activistas radicais, ex-alunos e outros conselheiros em assuntos de Equidade.

Isto preencheu o vazio, provocado pela ausência de mensagens de clérigos responsáveis e porque o público está proibido de participar em celebrações religiosas.

Os ritos, símbolos e gestos que definem os fiéis não existem mais.

Como um observador católico, geralmente melancólico, fala para “seus botões” e interroga-se “uma vez que perdemos isto, o que é que nos resta?”

Eles podem saudar a bandeira, disse ele, respondendo a sua própria pergunta.

 

Carlos Lima