Intolerância, racismo e “heterofobia” na Camara Municipal

Hon. Joe Volpe – Fev.18, 2021 – Translation by Carlos Lima

No fim, do ponto de vista pessoal, fica-se apenas com o seu bom nome: uma reputação. Do ponto de vista empresarial, fica um legado, em relação ao qual o público pode medir o seu valor de acordo com os padrões sociais. Ambos são construídos gradualmente, com suor e lágrimas.

O caminho nem sempre é suave.

O Corriere Canadese, de uma forma ou de outra, serve a comunidade Ítalo-Canadiana desde 1954. O seu propósito, do meu ponto de vista, foi sempre o de integrar os valores estruturais dos imigrantes naqueles recém chegados e que as suas famílias foram criando ao longo da sua interação com outros diferentes grupos de imigrantes.

É preciso examinar as instituições, explicar como funcionam (ou deveriam), criticá-las e se nesse processo se encontrarem desvios flagrantes da norma aceitável, promover a atividade democrática que leve à mudança.

E, sim ter debaixo de olho “vacas sagradas” como entidades Políticas, Igreja e o sistema escolar…e “movimentos”.

Atores públicos, nesse palco, são, como se costuma dizer, os alvos legítimos.Talvez possa ser útil lembrar que quando o Corriere Canadese entrou em cena, o Canadá tinha apenas 87 anos de idade, tinha nascido em 1867.

A comunidade italiana fazia parte dessa existência, com números massivos, desde pelo menos os princípios de 1880. É verdade que a sua presença era particularmente notada nos “grandes centros” tais como: Montreal, Toronto ou Vancouver, mas  os Italianos também criaram raízes em cidades menores como: Trail B.C., Thunder Bay, Ont. e Sydney, Nova Scotia, só para enumerar algumas.

Mas eles não eram o único grupo de imigrantes. Para muitos deles, a sua filiação religiosa, a sua liderança “pastoral” eram tudo o que tinham como orientação para navegar pelos desafios que o  Novo Mundo lhes colocou.

Felizmente – para alguns (os Católicos) – a Constituição por algumas razões pragmáticas, concedeu-lhes o direito de educar os seus filhos de acordo com os preceitos e princípios da sua organização religiosa, que eles podiam entender com a orientação de um “clérigo” qualificado. Esta era a Lei do territorio.

Todas as outras leis são inferiores a esta. Infelizmente, a democracia, a cidadania e as “liberdades” que vem com ela, podem desaparecer da noite para o dia; se permitirmos que os detentores do poder abusem e eles abusam.

Em 1940, sob a protecção de uma Lei de Medidas de Guerra, cidadãos canadianos e residentes permanentes de origem italiana – entre outros – foram rotulados de “inimigos estrangeiros”: empregos perdidos, propriedades confiscadas, homens internados às centenas, famílias e indivíduos estigmatizados aos milhares por motivos étnicos.

Sem pedido de desculpas e sem compensações. Até hoje.

Essa “garantias” religiosas tão vitais para a nossa identidade e dignidade, estão agora sob ataque, por parte daqueles que descrevem o Catolicismo como “homofóbico e transfóbico” e qualquer outra infundada que lhes venha à mente.

Excepto que há uma “Lei inconveniente” que define os direitos e liberdades: O  British North America Act e, esperem um pouco, o Código dos Direitos Humanos.

A Vereadora Municipal de Toronto, que tão zelosamente se defende a si mesma “com base em dinheiro público”, deveria verificar os seus próprios atos antes de se lançar em considerações que nós consideramos caluniosas e difamatórias.

Já não estamos em 1940.