Símbolos de “progresso” Das salas de aula aos altares

Cardinal Thomas Christopher Collins

Foi um momento shakespeariano “até tu Brutus”. A missiva/guia do arcebispo, Cardeal católico, em questões de religião e fé, sofreu uma derrota total.

Nas primeiras horas da manhã de Sexta-feira, os próprios conselheiros (trustees) incluindo os administradores e diretores educacionais do Conselho Escolar que juraram defender os ensinamentos católicos (do magistério) nas escolas católicas, escarneceram dele e por extensão de todos aqueles que apoiam a igreja.

Na Terça-feira, o Cardeal enviou uma carta a todos os conselheiros (trustees) do Conselho Escolar Católico do Distrito de Toronto e a todo o público católico da sua diocese, explicando os ensinamentos da Igreja sobre a inconsistência inerente ao apoio na defesa da equivalência entre a “cruz” e a “bandeira do orgulho”.

Sindicatos  dos professores católicos, a administração de ensino do Conselho Escolar Católico do Distrito de Toronto (TCDSB) e a maioria dos conselheiros (trustees) responderam com um sonoro “vai pregar a outra freguesia”.

Agora, as escolas católicas de Toronto serão obrigadas a fazer três coisas: declarar Junho como mês do orgulho, hastear a bandeira do orgulho no centro administrativo do TCDSB e em todas as escolas do TCDSB.

Nem todos os conselheiros (trustees) concordaram: Nancy Crawford, Mike Del Grande, Teresa Lubinski e Garry Tanuan, opuseram-se a todas as três medidas ; Joe Martino opôs-se apenas à última.

Os outros: Frank D’Amico, Markus De Domenico, Daniel Di Giorgio, Norman Di Pasquale, Angela Kennedy, Ida Li Preti e Maria Rizzo, votaram a favor da “bandeira” e contra a “cruz”.

Todos os conselheiros (trustees) juraram defender os ensinamentos do magistério sobre o que constitui o catolicismo para ocupar o cargo.

Eles devem fazê-lo novamente no próximo mês de Novembro.

A autoridade do magistério é reconhecida na Constituição e é um pré-requisito na Lei do Ontário para que as escolas sejam classificadas como católicas.

Se não houver “vínculo de fé”, não pode haver escolas católicas, argumentou o advogado Joseph Markson numa alegação anterior.

Do ponto de vista jurídico, a menos que o TCDSB se reconcilie com o Cardeal, os conselheiros (trustees) podem ser denunciados em tribunal e destituídos dos seus cargos.

O advogado Geoffrey Cauchi advertiu, numa exposição escrita de 46 páginas, que qualquer eleitor católico pode apelar ao tribunal para que isso aconteça.

Olhando  além de uma perspectiva de fé-religião, o cisma entre alguns conselheiros (trustees) e o Cardeal, sugere que os católicos em Toronto podem agora receber “certificados religiosos”, sobre questões de fé, emitidos por qualquer um dos sete conselheiros (trustees).

Eles podem ignorar o Cardeal ou qualquer membro do clero ainda fiel aos ensinamentos.

Um desses clérigos, o padre Simões, foi ridicularizado e menosprezado pelos sete.

Pode ser um sinal do que está para vir. 

O diretor, Brendan Browne, que é o director de operações do TCDSB, quando questionado no Conselho sobre a sua interpretação da carta do Cardeal, disse que ele tinha uma relação de “mestre-aluno” com o Cardeal Collins mas – curiosamente – não estava preparado para compartilhar essa orientação no Conselho.

Nenhuma das alegações em nome da moção tinha algo de substantivo a oferecer em apoio à sua posição.

Quando a conselheira (trustee) Lubinski pediu factos e dados para que ela e o público pudessem discernir antes da votação, nenhum estava disponível.

Os “especialistas” e a “ciência” estavam ausentes.

Parecia lógico, esperar que o chefe do sindicato dos professores, Julie Altomare-DiNunzio, apoiasse a sua própria alegação de (homofobia sistêmica e bullying) nas escolas, fosse suportada com números, ela recusou.

Aparentemente, seus professores são responsáveis pelo ambiente que cria essas condições.

Ironicamente, ela tem defendido o encerramento das escolas porque, do ponto de vista médico  elas são um terreno fértil para o Covid-19.

Mas esse foi o tipo de debate que prevaleceu.

Ninguém percebeu que as escolas foram fechadas e provavelmente permanecerão assim pelo resto do “ano lectivo”.

O ministro Lecce já noticiou isso, alertando para que as pessoas se preparem para o ensino a distância o ano todo.

Todos os indicadores o apontam como o principal fomentador por trás do movimento do orgulho para eliminar o catolicismo no sistema escolar.

Alguns pais estão a unir-se em torno da posição de Cauchi , dispostos a levar a luta até aos tribunais.

Esse pode ser o seu único recurso; as igrejas estão em bloqueio virtual.

 

Carlos Lima