Surpresa! YCDSB afirma sua catolicidade e respeito às regras

TORONTO – Com uma votação de 6-4, o Conselho de Administração do Conselho Escolar do Distrito Católico de York partiu para o ataque. Expressou confiança na mensagem católica-cristã, que é sua razão de ser na Constituição e nas Leis de Ontário. As escolas católicas separadas assumem uma obrigação evangelizadora especial de defender e promover o seu “credo”. 

Na conferência  de imprensa  de ontem, logo após a fascinante reunião do Conselho na segunda-feira, que resultou na rejeição de uma moção para hastear “a bandeira”, o presidente Frank Alexander enfatizou que o YCDSB não pode/não deve aceitar símbolos que “não se alinham com os valores católicos”. .

Pressionado por repórteres, ele declarou que se as escolas decidissem fazer o contrário, “então elas [iriam] contrariar a política [do Conselho] […] e haveria consequências”. Ele citou como guias as liberdades constitucionais garantidas aos católicos e os cargos oficiais dos prelados da Igreja, o cardeal Collins e o arcebispo Fabbro de Londres.

Ele foi polido demais quando acrescentou que ‘se não há mal’ em pôr ao vento um “tecido específico”, provavelmente não há benefício mensurável para aqueles que continuam a alinhar-se pelos  valores católicos. A insistência na acusação de que o YCDSB precisa garantir “espaços seguros”, é uma ofensa velada à essência do próprio catolicismo – uma alegação que ele rejeitou como incongruente com a realidade.

O presidente Alexander referiu que o Conselho já tem uma política de bandeiras: a bandeira canadiana, a bandeira de Ontário e algum espaço para a bandeira do Vaticano. Não há lei que obrigue  qualquer instituição, apoiada pelo governo a hastear qualquer outra bandeira.

O movimento nunca deveria ter visto a luz do dia. Na reunião de definição da agenda de 23 de maio, o Comitê Executivo rejeitou o esforço de delegar (no assunto bandeira) em “lobistas externos”, que incluíam a intrusão de membros de outros conselhos escolares. Da mesma forma, o Diretor foi firmemente criterioso ao garantir que o seu relatório não contenha nenhuma recomendação a esse respeito.

O desrespeito ao diretor por essa instrução valeu a Domenic Scuglia uma repreensão pública. Da perspectiva deste observador, as implicações não podem oferecer muito conforto ao conceito  de controle e liderança pessoal do diretor Scuglia.

Raramente, nestes últimos quatro anos, um Presidente do Conselho esteve tão fundamentado em fatos, ou dados, antes de tomar uma decisão. Tudo isso foi precedido pela apresentação de um Relatório do YCDSB descrevendo a demografia dos alunos (ilustrado com gráficos e matemática): quem, como e por que os alunos se sentem “marginalizados”, “inseguros”, “excluídos”, “intimidados”; e o que eles achavam que seriam as melhores soluções a tomar  daqui para frente. Nenhuma dessas soluções incluía hastear “a bandeira”.

Scuglia pode estar “voando sozinho”, como diz a expressão; ou ele irá consultar  seu colega no TCDSB, Brendan Browne. O relatório foi escrito em 2021.

Durante três anos, o diretor do YCDSB não fez nada com respeito a  isso. No entanto, as causas profundas das disparidades [levando à necessidade de espaços seguros] eram/são claras: raça, risco econômico, chegada recente ao Canadá e status aborígine.

Os dois assuntos mais demorados da agenda? A “bandeira” e a viagem “Verdade e Reconciliação” de Scuglia para Saskatchewan com 22 alunos e três adultos. O Ministério não autorizou este evento fora da província. Essa é uma história para outro artigo.

A Polícia, pelo quarto mês consecutivo, foi chamada para restaurar a ordem, enquanto os lobistas gritavam em desagrado pelo voto.

Nas fotos acima: Paolo De Buono e a Polícia no YCDSB durante a reuniao que rejeitou a bandeira do Orgulho (foto: Raul Lima)

(Por Hon. Joe Volpe 30 de maio de 2023 / tradução: Carlos Lima)